domingo, 8 de fevereiro de 2009


Avassaladora
Gonzaguinha

Avassaladora
senta no seu colo
lambe o pescoço
morde a orelha
enfia a língua
por entre seus dentes
tomando toda a sua boca
Ela é louca !
Muito louca e ele adora sua mão
apertando o que deseja
com calor e com carinho
ensinando o caminho
da loucura
e acabando com
seu medo de não poder
E o macho se solta
se larga, se acaba na
mão da rainha
com todo prazer.
E o macho desmonta
no grito de gozo
na mão da rainha
e desmaia

http://www.youtube.com/watch?v=yITF4L-KnRM

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009


Tantas minúcias impregnadas nas paredes branco-gelo que alvejam o amargor dos meus desafetos. Denúncias, súplicas, perdões e lamúrias. Olhos mansos, cansaços, impérios ruindo. Meu amor próprio esparramado entre lençóis sujos exalando esse odor de amor putrefado. Covardias, falso altruísmo, paixões inertes, fugas inúteis. Eu anseio, eu desejo, quero e ambiciono tudo que vibra.
Ter tudo que pulsa, esse é meu horizante, meu caminho. Abraçar a solidão que preenche os espaços perpétuos e ocos entre você (ser que redescubro) e eu (ser que desconheço).
Não me conformo, mas assumo, sem maiores cenas e com total ausência de platéias ou aplausos, que esse desespero árido e sedento é meu único destino imutável. O destino que tracei rasgando as linhas da palma das minhas mãos e regando à sangue e fervor o que resta de esperança.